
Casca de noz
de Lewis Carroll
“…a encenação construiu uma espécie de “caixa mágica”, onde os sonhos de Alice se confundem com as alucinações do público. O país das maravilhas se transforma num divertido sanatório, onde todos os sonhos são possíveis.
Num espaço que privilegia as sensações, a idéia é criar uma cumplicidade, percorrer um trajeto em companhia da heroína (no caso, Alice). Imagens, cheiros, sons, toques – em suma, sensações – fazem esse pequeno mundo aliciante.
Paulo Mendes Campos, num belo texto sobre “Alice no País das Maravilhas” diz “esse livro é doido. Isto é: o sentido dele está em ti”. Esse sentido de experiência, de compreensão concreta das aventuras de Alice é que me guiaram na busca pela forma de contar uma história já tão conhecida.
Alice é assim. Possui a vontade de tirar o espectador da realidade imediata e coloca-lo na arena da imaginação, onde lógica e delírio jogam com a razão e a loucura. Um jogo onde o teatro abandona as formas tradicionais para incorporar o espectador como cúmplice de um fato estético. Não é mais um espetáculo. É um espelhotáculo.”
Paulo de Moraes (diretor)